Em janeiro, o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre) abandonou o uso do seu antigo índice geral de preços ao mercado (IGP-M), e lançou um novo indicador para cálculo de reajustes de aluguéis, o índice de variação de aluguéis residenciais (IVAR).
O IVAR levará em consideração a média dos valores praticados em cerca de 10.000 contratos de locação nas cidades de Belo Horizonte, Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo para medir a evolução mensal dos aluguéis residenciais.
Segundo a própria FGV, a intenção não é a de torná-lo necessariamente o indexador dos contratos de aluguéis residenciais no Brasil, mas sim a de colaborar com a sociedade brasileira ao disponibilizá-lo para que seja utilizado quando e nas circunstâncias que os agentes econômicos julgarem apropriadas.
“Acreditamos que o IVAR tem potencial de se tornar um importante índice para os contratos de aluguel, mas é a própria sociedade que deve decidir se isso ocorrerá, e sob que condições. Nosso compromisso, como de hábito, é com a excelência técnica e a total transparência da metodologia do novo indicador, dos seus componentes e dos respectivos pesos.”
Por que o IVAR foi lançado?
A crise sanitária decorrente da pandemia de Covid-19 levou a um aumento descontrolado do IGP-M nos anos de 2020 e 2021, o que teve reflexos sobre os valores dos aluguéis praticados. Entre os meses de janeiro e dezembro de 2021, o IGP-M acumulou alta de 17,78%, depois de ter subido 23,14% no ano anterior.
Dessa forma, considerando o IGP-M, contratos de locação sofreram um aumento significativo dos aluguéis, incompatível com a renda média do brasileiro. Esse panorama levou a discussões para substituição do índice.
Uma certa resistência à adoção do IVAR está relacionada sobretudo ao seu alcance restrito. O mercado imobiliário brasileiro apresenta distintas realidades de acordo com a localidade. O índice ainda não mede as discrepâncias regionais fora das capitais escolhidas.
Há tendência de que o indicador seja aprimorado. O objetivo da FGV é ampliar a abrangência do IVAR e inserir dados de cada vez mais cidades, conforme essas outras regiões sejam mapeadas.
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